quinta-feira, 29 de novembro de 2007

A SALA DE AULA E O LIVRO

É comum encontrarmos nas bibliotecas escolares coleções diversas sobre literatura infantil à disposição das crianças. Entretanto, será que elas, por livre e espontânea vontade vão até a biblioteca ler esses livros sem que sejam estimuladas a fazer tal tarefa? Será que nós, enquanto classe docente estamos oportunizando a fruição e o prazer pelo gosto da leitura? Ou, estamos aniquilando cada vez mais o potencial de leitores das nossas crianças? Certamente estes não são os únicos questionamentos feitos por docentes das séries iniciais do Ensino Fundamental em relação à literatura infantil.
Podemos perceber que os educadores já estão direcionando diferentes olhares para os textos literários. Não estão mais assumindo a forma de “detentores do saber”, mas estão possibilitando e instigando os alunos a detonarem múltiplas visões perante as leituras, pois “...o professor precisa estar ‘sintonizado’ com as transformações do momento e reorganizar seu próprio conhecimento ou consciência do mundo...”
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Uma dessas mudanças de posição é a leitura “hermenêutica”[8], que possibilita um maior alargamento do texto e segundo ZILBERMAN, “... é a partir daí que se pode falar de leitor crítico.”[9] A posição tomada pelo educador perante a leitura de seus educandos também é imprescindível, já que é ele quem fará o papel mediador e oferecerá os estímulos necessários para estabelecer relações reflexivas dos alunos com o texto apresentado.
Quando o professor possibilita a fruição dos seus alunos, ele está dando reais condições para que estas crianças possam se desenvolver, baseados na liberdade de expressão, independentemente do livro que lhes foi apresentado, pois:

A justificativa que legitima o uso do livro na escola nasce, de um lado, da relação que estabelece com seu leitor, convertendo-o num ser crítico perante sua circunstância; e, de outro, do papel transformador que pode exercer dentro do ensino, trazendo-o para a realidade do estudante e não submetendo este último a um ambiente rarefeito do qual foi suprida toda a referência concreta.
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Confirma-se assim, a contribuição da literatura infantil como agente formador dos seres, tornando-a indispensável em nossas salas de aula.

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