sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Como se explica o elevado crescimento populacional ocorrido no Brasil?

Em qualquer país, o crescimento populacional resulta de duas variáveis: as migrações externas (entrada e saída de pessoas do país) e o crescimento natural ou vegetativo da população (diferença entre as taxas de natalidade e as de mortalidade). No caso do Brasil, apesar de a imigração ter contribuído de forma decisiva no aumento populacional, sem dúvida foi o crescimento vegetativo o fator principal do aumento populacional. Entre 1872 e 1940, período em que o Brasil recebeu cerca de 80% do total de imigrantes, as taxas de crescimento populacional situaram-se em torno de 1,8% ao ano. A partir de 1940 e até 1980, período em a imigração foi insignificante, as taxas de crescimento populacional situaram-se sempre acima de 2,3% ao não. Na década de 50, a de maior crescimento, as taxas situaram-se próximas a 3%. Assim, se até a década de 30 a imigração teve participação importante no crescimento populacional, a partir de então o crescimento populacional passou a depender, quase exclusivamente, do crescimento vegetativo. O ritmo relativamente lento do crescimento populacional brasileiro no período 1872-1940 é explicado pela combinação de elevadas taxas de natalidade (ausência de métodos e práticas anticoncepcionais) e altas taxas de mortalidade principalmente a infantil, decorrente sobretudo da precariedade das condições médico-hospitalares e higiênico-sanitárias, da desnutrição, das doenças de massa, da diarréia infecciosa, das doenças respiratórias, etc. Essa situação demográfica, caracterizada por elevadas taxas de natalidade e mortalidade (nascem muitos e morrem muitos) e crescimento populacional relativamente baixo, é típico de países muito atrasados e corresponde à primeira fase do ciclo demográfico. No início da década de 1990, ainda existiam algumas países nessa situação. Guiné-Bissau, país da África ocidental e um dos mais pobres do mundo, é um exemplo. As características demográficas atuais de Guiné-Bissau são semelhantes as que o Brasil apresentava na década de 30.

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