segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Para Piaget e Vygotsky, os jogos são atividades lúdicas


Para Piaget e Vygotsky, os jogos são atividades lúdicas que a criança desenvolve,
sendo que, em cada fase do amadurecimento da criança, o jogo tem suas características
próprias e sua importância.
De acordo com os estudos de Piaget, em especial sobre a gênese do conhecimento, o
jogo é tido como um processo de assimilação: “se o ato de inteligência culmina num equilíbrio
entre a assimilação e a acomodação [...] pode-se dizer que o jogo é essencialmente
assimilação, ou assimilação predominando sobre a acomodação”.

Ao analisar o desenvolvimento do raciocínio, Piaget destaca a importância da vida
social para a conquista da coerência interna e da objetividade, pois, por intermédio dos jogos e
das brincadeiras, a criança tem a oportunidade de tomar consciência de si mesma e é aí que
as trocas sociais acontecem, principalmente mediante a narração e a discussão, expressando-
se, sobretudo com relação aos pensamentos dos outros.

Para Vygotsky, os jogos e as brincadeiras são de extrema importância, pois “o objeto
que [a criança] usa nas suas brincadeiras serve como uma representação da realidade ausente
e ajuda a criança a separar objeto e significado. Constitui um passo importante no percurso
que a levará a ser capaz de, como no pensamento adulto, desvincular-se totalmente das
situações concretas”.


Sob o ponto de vista do desenvolvimento da criança, a brincadeira traz vantagens
sociais, cognitivas e afetivas. Sob o ponto de vista psicológico, a brincadeira e o jogo
preenchem uma atividade básica da criança, ou seja, são o motivo para a ação.
Os jogos e as brincadeiras, na concepção de Vygotsky, têm um importante papel,
criando uma zona de desenvolvimento proximal na criança e proporcionando influência no seu
desenvolvimento. A criança usa objetos concretos atribuindo-lhe outro papel. A situação é,
então, definida pelo significado da brincadeira e não pelos elementos reais que aparecem. A
criança se relaciona com o significado em questão e não com os objetos concretos que tem
nas mãos.


Assim, “no brinquedo, a criança comporta-se de forma mais avançada do que nas
atividades da vida real e também aprende a separar objeto de significado”.

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